6 de abril de 2008

POESIAS PARA UM AMOR A MENOS
Lili.


"Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosses nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer"

(Do Desejo, 1992)

Hilda Hilst



Poesia

"Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentroe não quer sair.
Mas a poesia desse momento
inunda minha vida inteira"

Carlos Drummond de Andrade


"Até logo, até logo, meu companheiro,
Guardo-te no meu peito e te asseguro:
O nosso afastamento passageiro
É sinal de um encontro no futuro.
Adeus, amigo, sem mãos nem palavras.
Não faças um sobrolho pensativo.
Se morrer, nesta vida, não é novo,
Tampouco há novidade em estar vivo"

Sergei Iessiênin
(Tradução: Augusto de Campos)

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