26 de maio de 2009

[poema da exaustão]

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qualquer ponto em movimento
qualquer assento pra servir
de consolo para a minha indecisão
descobri que é fácil perder
a única razão que se tem
quando não há razão nem espaço
onde me caiba
a cada passo lento que dei
pra ficar mais perto do desejo
meu rastro não permaneceu
e eu estou sem estórias pra contar
a sua razão não é matemática
mas a sua indiferença brilha
bem aqui ela ilumina
e lá ali ela sombreia
agora, eu: teimosia, cama, quarto,
sala e cozinha
em qualquer canto que se vive essa vida
eu me arranjo: vou me requentar
pra dormir com você
o nosso tempo não é
além do tempo da madrugada
um abraço fatigado
seu beijo dado é quase o seu beijo roubado
nesse barco azulado
você faz a indiferença

[Lígia BB]

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