3 de junho de 2009

[do prazer e da dor]

Jenni Tapanila
SENTIR PRAZER. A FOLHA BRANCA DO COMPUTADOR, NA VERDADE, NÃO EXISTE. ASSIM TAMBÉM NÃO EXISTEM OS MEUS PENSAMENTOS. A QUAL PROCESSO DE ENLOUQUECIMENTO DEVO RECORRER PARA RESGATAR AS MEMÓRIAS ESQUECIDAS? MEUS PARÂMETROS DE PERTURBAÇÃO MENTAL JÁ NÃO ENGLOBAM TODA MINHA LOUCURA, APENAS PERMEIAM VARIADAS ESSÊNCIAS E CONJUNTURAS. QUANDO SE TRATA DE MIM, GERALMENTE ME PERCO. QUAL É O SENTIDO DE ACACHAPAR-ME, EMBEBIDA EM ÁLCOOL COMO UM FETO, SE NÃO DISTINGO MAIS, DENTRE AS FILOSOFIAS, AQUELA QUE ME CORRESPONDE NO LIMITE LONGITUDINAL DA TERRA?

O QUE ME ALIVIA É SABER QUE SEMPRE, SEMPRE, EXISTIRÁ O TEATRO DA MAIS OBSCENA ESPONTANEIDADE. É NELA QUE A VERDADE CONFIA SUA ESTADA.

TROPEÇO PELO CAMINHO ÀS AVESSAS. ME ENCAMINHO PELAS PARREIRAS, CHUPO AS UVAS. ENTONTEÇO-ME DE LUXÚRIA MASTURBATÓRIA. AGORA É MINHA PRÓPRIA CABEÇA QUE GIRA, ENQUANTO MEU PEDESTAL SE DEPENDURA LIGEIRO SOBRE MEUS OMBROS MAGROS E REDONDOS. CARNE DE PESCOÇO PARA AQUELES QUE APRECIAM O BEM-COMER.

SENTIR DOR. UM PEDAÇO INACABADO DE UMA ALEGRIA MAL CONDUZIDA. DA EUFORIA PARA A DECEPÇÃO É PEQUENO O ESPAÇO. QUANDO ME DOU CONTA DO TRATO QUE RECEBO, ME VEM À CABEÇA O TRATO QUE DEVO. SE A VIDA ME PERMITE, VOU AFINAR AS CORDAS DO MEU PENSAMENTO E SUBMERGIR EM ALGUM OCEANO QUE ME AFOGUE.


Lígia B.B.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar!