3 de outubro de 2010

Eu podia tá matando...


Ontem de madrugada fui assaltada por essa ideia que ilustra a postagem de hoje. Espero somente que um dia essa piada não tenha graça nenhuma. Como não me atentei às datas para transferência de título, infelizmente não vou poder votar nesta eleição, pois meu título é de Goiânia. Queria votar pelo menos pra presidente, porém, vou ter que deixar passar essa vez.

No fim da madrugada, quando estava quase dormindo sentada, terminei o postal, que não ficou impune, pois continha um erro numérico que fazia toda a diferença. Consultei o google para me certificar do art. correto, mas tem horas que a mente simplesmente pára de funcionar. Ainda bem que tenho uma assessoria jurídica infalível e de prontidão. Feito o alerta, foi feita a correção!

Um dia para se lembrar da importância de se escolher bem em quem votar.

19 de agosto de 2010

Bicicletada de Agosto

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A Bicicletada é um movimento iniciado em 1998 em São Francisco (EUA), que se alastrou depois para o Brasil, Portugal e, mais recentemente, Moçambique. O movimento é inspirado na Massa Crítica (critical mass), onde ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas. Os principais objetivos da Bicicletada são divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano. A Bicicletada, assim como a Massa Crítica, não tem líderes ou estatutos, o que leva a variações de postura e comportamento de acordo com os participantes de cada localidade ou evento (*).

Em Brasília, a Bicicletada começou em 2008, e tem tido realizações regulares desde então, não sem alguns percalços pelo caminho. O trajeto é sempre definido na hora, e geralmente o grupo de bicicleteiros buscam passar por locais onde haja concentração de pessoas, para chamar a atenção para o direito que todo ciclista tem de pedalar na rua.

Mais que um direito, é um dever, pois, segundo a legislação brasileira que regula o trânsito, as bicicletas não podem transitar em calçadas, que são exclusivas dos pedestres. Quem está em cima da bicicleta deve dar prioridade ao pedestre, sempre, assim como quem está em um carro deve dar prioridade a quem está na bicicleta. Além disso, os ciclistas devem respeitar todas as regras do trânsito, como o farol, a faixa de pedestres e a orientação da via. Para quem pedala à noite, é mais do que aconselhável luzes traseiras e laterais, bem como retrovisor e até um apito ou campainha!

Os carros têm que fazer sua parte, evitando ultrapassar em alta velocidade o ciclista, dando uma distância de 1,5 metro em relação a ele, e nunca, nunca, buzinar de forma agressiva. Isso assusta e cria uma atmosfera de guerra no trânsito.

Vamos colocar em prática as palavras que sempre ouvimos saindo da boca dos bons cidadãos: respeito, tolerância, gentileza. Muitas vezes criticamos a violência que vemos na televisão, mas, na nossa vez, somos tão violentos quanto, seja com gestos, atitudes ou palavras.

Bicicleta: um carro a menos.


(*) extraído do Wikipedia

14 de julho de 2010

da série "saudade roxa"

o que eu posso dizer?
saudade roxa
aponta no peito
e me diz: ai!

eu grito sem fazer barulho
pra não acordar a multidão

e faço poemas pra fazer jus
à minha condição
que não podemos mais tolerar a violência
do homem pelo homem
do homem pela mulher
e da mulher pelo homem

hoje meu sangue é roxo.

dentro do meu egoísmo
eu só tenho olhos pra minha cicatriz
e porque ela é minha
e é em mim que ela dói e incomoda
e não me deixa beijar o meu querido
nem as minhas queridas

os beijos que eu quero dar
eu os mando pelo ar.

só tenho olhos pra minha cicatriz

13 de julho de 2010

"Triste"


Eu hoje acordei triste.

Há certos dias

em que sinto esta mesma sensação.
E não sei explicar qual a razão
porque as mãos com que escrevo estão frias.
Eu pergunto a mim mesmo: "Tu não rias

inda ontem tão feliz? Dize-me, então,

por que sentes pulsar teu coração
destoando das humanas alegrias?"


E nem eu mesmo sei dizer porque estou triste.
Quem me olha não calcula, com triste certeza,
O imenso caos que no meu peito existe.

A tristeza que eu sinto ninguém vê.

É a maior das tristezas, é a tristeza

que a gente sente sem saber por quê.


poema de J. G. de Araújo Jorge

9 de julho de 2010

Oração do Bicicleteiro (V. Original)

Pergaminho encontrado junto com o Evangelho de Jesus.

Oração do Ciclista


Pai Nosso que estais no Céu

Abençoada seja nossa bike

Venha a nós as ciclofaixas

Assim na via como no papel

O pedal nosso de cada dia nos dai hoje

Perdoai as nossas imprudências

Assim como nós perdoamos

A quem nos tem atingido

Não nos deixei cair no chão

Mas livra-nos de todo acidente fatal

Amém!








5 de julho de 2010

enferrujada


"Quando se está sereno, não pedir para si mesmo a permissão para sê-lo, indagando-se se há realmente, em todos os sentidos, um sentido para essa serenidade".

Schopenhauer

"Todos nós nascemos na Arcádia, todos viemos ao mundo cheio de pretensões de felicidade e prazer, e conservamos a insensata esperança de fazê-las valer, até o momento em que o destino nos aferra bruscamente e nos mostra que nada é nosso, mas tudo é dele, uma vez que ele detém um direito incontestável não apenas sobre nossas posses e ganhos, mas também sobre nossos braços e nossas pernas, nossos olhos e nossos ouvidos, e até mesmo sobre nosso nariz no centro do rosto. A experiência vem em seguida e nos ensina que a felicidade e o prazer não passam de uma quimera, mostrada a distância por uma ilusão, enquanto o sofrimento e a dor são reais e manifestam-se diretamente por si só, sem a necessidade da ilusão e da espera. Se seu ensinamento se mostra frutífero, deixamos de buscar a felicidade e o prazer e passamos nos preocupar apenas em fugir ao máximo do sofrimento e da dor ["O homem sábio não persegue o que é agradável, mas a ausência da dor" (cf. Aristóteles, Ética a Nicômaco)].

Schopenhauer

Em outras palavras: evitar a fadiga (como diria uma prima)

se a minha bateria não acabar antes...



Morrendo de sono, mas sem querer dormir. Por quê? Hum, vejamos... Dormir significa adentrar outro mundo, o dos sonhos, o do inconsciente. Significa parar e pensar sobre o dia, ou então, ou também, pensar sobre o dia vindouro, que logo raia, ou sobre a semana vindoura, que dia após dia se desdobra na mesmice da folhinha, ano após ano, a cada dia de um jeito.

Dormir significa deixar o domingo morrer, e com ele o fim de semana que eu tive, tão bom que eu pedi pra não acabar, mas o tempo é justo e firme: ele passa na hora que ele tem que passar. Sentada no conforto do sofá, com uma coberta generosa, de posse de um teclado generoso, eu penso na reunião que tenho amanhã de manhã, no texto sobre bicicleta que os meninos prepararam e que eu quero ler, e, ansiosa, não consigo dormir.


Quero ler e escrever, apenas. Uma vontade dominante sobre mim, atualmente, é essa de ler e de escrever. Lendo bons autores creio que é uma vontade inevitável. Com eles, de alguma maneira, sempre me sobrevem a ânsio do diálogo com o papel (ou com a tela). A facilidade de escrever e apagar no computador já foi de grande estímulo para mim, mas escrever no papel usando um lápis com borracha na ponta me faz sentir-me meio século 20, e eu gosto.


A bateria do laptop está acabando. Engraçado. Livros e cadernos não tem bateria. Lápis têm grafite (mas ele nunca acaba, porque desistimos do cotoco antes de usarmos tudo). Imagina que situação: você no auge da sua inspiração escrevendo uma tese ou romance (que no fundo é tudo a mesma coisa), e a bateria do laptop acaba? Chato. Ou então você está viajando e no momento está quase terminando de ler um Cony da vida, nalgum daqueles leitores digitais de livro. Você está quase no final, preparando-se para derrubar as lágrimas que cuidadosamente vem guardando desde o início do livro, ansioso por coroá-lo com um pouco de sal e água, deixando uma leve e sutil marca d'água, literalmente, que pingou do seu choro honesto. Não, não pode mais. Se pingar água no visor, pode ser que estrague. E se a bateria da leitora acabar? Ah, é sempre chato, né?


Não sou chata, mas gosto do retrô. Ele serve para nos lembrar de que a tecnologia é boa, mas que a melhor bateria a ser cultivada é a que nos move, que nos faz agir, pensar ou sentir, que nos motiva a seguir adiante. Não diga que a sua bateria acabou quando a que realmente esgotou é a do laptop. Não diga que quebraram a sua janela quando a janela agora aberta é a do carro que você dirigie. Não diga que entortou a sua roda, quando o que entortou foi a roda da sua bicicleta.
Meu texto não tem pé, nem cabeça, mas, ainda bem, porque eu esses eu já tenho.

Poemete


"Olhei, ele era o outro. Gostei, ele era único. Peguei, ele era meu. Amei, ele era eu. Mentiu, ele era mau. Parti no vendaval".

Martha Mendonça.

27 de junho de 2010

Desbocada


O mundo dá sinais e avisos. Às vezes eles são nítidos como água de cachoeira da Chapada, às vezes turvos como a água do Tietê. Ou às vezes é a nossa percepção que anda meio capenga, meio turva, e não vê, não enxerga, não percebe que, apesar de toda a dificuldade existente nesta vida, o universo às vezes conspira a nosso favor. O que aconteceu comigo esta semana abriu meus olhos para o fato de que meu corpo é frágil, que a vida é curta e que quem fica parado é poste.
Segunda-feira eu voltava alegremente para casa, eu e Magali, velozes pelas ruas de Brasília, que apesar de largas às vezes não parecem ser suficientes para a ânsia dos motoristas de carros da cidade (estou tomando uma birra de carros que “valha-me deus, nossa senhora”!). Então, a certa altura do caminho, no tumultuado das rotatórias, eis que uma velhinha em seu carrinho chique e prateado, despretensiosa e levianamente faz a curva à esquerda sem sinalizar. Como infelizmente eu há muito tempo abandonei minhas pretensões de ser adivinha, a Magali deu de cara com a porta, e eu de cara com o asfalto. Meu canino perfurou meu lábio de dentro pra fora. Levantei do chão. Estava viva. As gotas de sangue pingavam timidamente, como que para me avisar que eu estava ferida. A dor deu lugar à revolta: pelo excesso de carros, pela falta de bicicletas e ciclofaixas, pela falta de cuidado das pessoas, pela fragilidade exposta do corpo humano, que passa despercebida por quem dirige a máquina. Levantei-me furiosa. A dor passou. Eu bradei toda a minha raiva contra os carros, toda a minha indignação. As pessoas me olhavam pasmas. Eu me sentia impotente. Onde estão as ciclofaixas? Por que vocês acham que a rua é só para os carros? A rua é para todos! A rua é para todos!
Senti alguém segurar meu braço. Estourei em soluços comovida pelo meu próprio discurso. Segurava a Magali com as duas mãos, tão ensandecida que pensava em montar em cima dela e ir embora pedalando. Retirei-a do local do acidente. Ficamos eu e ela juntas no meio-fio. Olhava pra velhota distraída e sentia um misto de raiva e pena. O sangue pingava, eu chorava e não sabia o que fazer. Magali com a roda torta não podia me ajudar a ir embora. As pessoas foram surgindo na rua. Dentro da mochila, minha blusa branca onde um dia pintei um símbolo de bicicleta. Por fora da mochila, os dizeres “trânsito consciente”. Ironias do destino. Ganhei essa mochila há duas semanas, durante um encontro nacional promovido pelo Ministério das Cidades (Programa Bicicleta Brasil). Liguei pra minha mãe. O lábio rasgado, preso no dente canino, não me permitia fazer compreender. Ligaram pros bombeiros. Falaram com a minha mãe. Uma médica apareceu. Ela não parava de falar. A velha o tempo todo com as mãos juntas, parecia que rezava. Eu me desculpei por ter gritado com ela. Depois me arrependi um pouco, pois ela me olhou de um jeito, fria, não moveu um músculo da face, não esboçou reação. Decerto achava que não fizera nada de errado. E eu com a boca estourada.
Os bombeiros foram legais. A polícia chegou, pois estava de passagem. Não falei com eles, não falei com ninguém. Agora a dor não me permitia maiores interações. Comecei a ficar com medo. Um medo surdo. Milhares de pessoas pareciam estar ao meu redor. Eles só queriam me ajudar. Relembrando disso sinto-me novamente triste. Eu penso na velha com as mãos juntas, penso no homem com a Fiorino que se ofereceu pra levar a bicicleta, que me trouxe água, que pegou na minha mão e disse pra eu ficar calma. Eu penso em todas as pessoas que morrem por tão pouco, por causa do egoísmo besta que cega o coração de quem tem nos pés e nas mãos não um veículo, mas uma máquina que pode matar e lesar os outros. Eu lembro e choro, choro porque o mundo não precisa de muito pra ser um lugar melhor, mas precisa de mais pessoas boas, que queiram. E eu choro agora porque tenho pena do meu país, pena das pessoas pobres que só tem a bicicleta pra se locomover e correm tantos riscos, e são xingadas e mal-tratadas no trânsito. Choro de pena das pessoas ricas que, diante da pequenez de suas vidas, reafirmam sua importância quando entram no seu carro, sem distinguir que uma pessoa em uma bicicleta é – repito – apenas uma pessoa montada em uma bicicleta. Se ela cair, ela vai se machucar. Se você não respeitar sua ínfima condição humana, sua fragilidade, ela poderá morrer, ela poderá sofrer, e você terá sangue no pneu do seu carro, no volante, no câmbio, no retrovisor.
Eu estou viva, e estou bem. Tantas pessoas me acolheram, me ajudaram, me deram esse amor que elas têm dentro de si, e que às vezes não tem nem com quem repartir. O homem da Fiorino, o bombeiro. Pessoas que querem fazer o bem. A vocês: muito obrigada. A todos os que lutam pelas bicicletas, pelos animais, pelas árvores, pela água, pelas crianças, por um mundo onde não seja preciso bombas atômicas, nem armas nucleares, nem tropas de choque: muito, muito obrigada.

16 de junho de 2010

um pedaço de melancolia
na raia do dia
um pedaço de mim
no meio da minha vida
no pedaço isolado do meu espírito
o presente preso entre o passado e o futuro
e a poesia que nasce no meio da tarde
pra desejar "tenha um bom dia".

26 de maio de 2010

Minha vida em duas rodas: a saga de magali, a magrela

Desde o meu primeiro dia de vida em Brasília, o que eu mais queria era ter uma bicicleta para saracotear por aí pedalando. Assim que consegui a minha magrela, preta e amarela, a quem carinhosamente chamo de Magali, comecei a pedalar. Inicialmente, meus trajetos eram modestos: UnB e imediações. Aos poucos, sem perceber, comecei a diminuir o tempo que eu gastava pra ir de um lugar a outro: meu condicionamento físico agradeceu as pedaladas tornando-se melhor e mais resistente.

Não é fácil usar a bicicleta como meio de transporte. Às vezes a distância é muito grande, às vezes está muito ensolarado, às vezes muito frio, às vezes chove. Motoristas que acreditam piamente que as vias asfaltadas são para seu uso exclusivo atrapalham demais a vida do bicicletista. Eles buzinam, xingam, passam a menos de 30cm de distância de você, enfim, agem como dementes. Mas a malandragem tem paciência, sabe esperar. Daqui a uns anos veremos várias ruas das cidades fechadas aos carros e permitidas somente às bicicletas e aos pedestres. Esse dia há de chegar.

Com o tempo fui ficando mais esperta com relação aos caminhos que poderia pegar. Parei de andar nas fedidas passarelas de Brasília para me arriscar nas tesourinhas. Na primeira vez, achei que fosse infartar, tamanha a quantidade de adrenalina correndo velozmente pelo meu sangue. Gritei um UHU que ecoou viaduto adentro, e saí viva e feliz, cortando as asinhas da cidade pela tesourinha (agora eu entendo esse “apelido”). Hoje em dia, já sei quais são as melhores tesourinhas, as mais íngremes, as mais conservadas, as mais vazias. Isso contribui muito para minha mobilidade biciclística.

Há umas semanas atrás um primo meu que mora há muitos anos em Brasília revelou sua vontade de começar a pedalar, mas acrescentou o medo do perigo. O perigo não está em andar de bicicleta. O perigo está nos motoristas estúpidos, sem educação, egoístas, que, não satisfeitos com as largas vias da cidade, ameaçam com sua máquina de correr a vida das pessoas, por cinco segundos a mais que terão que esperar. As pessoas falam de paz, de amor, de tranqüilidade, mas nada disso passa pela cabeça delas quando estão dirigindo. A “sociedade do automóvel” é egoísta demais para ter o entendimento de que uma pessoa em uma bicicleta é apenas uma pessoa em uma bicicleta, e não um criminoso, um sacana, que está ali só pra te atrapalhar.

Não consegui incentivar meu primo. Eu me garanto, mas se algo acontecesse a ele, eu me sentiria mal pra sempre.

Os motoristas xingam os pedestres quando estes andam num passo normal pela faixa. Muitos, eu já ouvi, dizem que “a pessoa pode até passar pela faixa, mas tinha que acelerar o passo”. Eu não vou nem comentar. Aliás, eu vou sim. Compare a extensão de uma rua com a extensão de uma faixa de pedestres. A faixa deve ocupar cerca de 0,001% da extensão de toda a rua, e ainda assim, o pedestre tem que “andar rápido”. Tenho preguiça da falta de consciência da sociedade brasileira. Seremos uma sociedade sem solução?

Há um ano um grupo de jovens que usam a bicicleta como meio de transporte fez uma placa onde estava escrito “Praça das Bicicletas”. Penduraram-na em um poste que ilumina o Conjunto Cultural da República, em Brasília (DF). É uma imensa quadra, onde existe uma biblioteca, que aos poucos toma vida, e um museu, que abriga exposições, exibições de filmes, palestras e afins. Ao redor, um vazio preenchido por poucos bancos e muito cimento e concreto, convidativo aos skatistas, patinadores e ciclistas. Pendurada a placa, ali agora é a Praça das Bicicletas, que abriga um paraciclo e muita tinta colorida no chão, com desenhos de bicicletas.

Depois de amanhã, dia 28, às 19h, comemora-se um ano dessa ação afirmativa dos bicicleteiros de Brasília, com uma Bicicletada de Aniversário comemorando 1 ano da inauguração da Praça das Bicicletas. Leve sua bicicleta, apitos, balões e, principalmente, sua alegria e disposição. É preciso que as pessoas respeitem a diversidade também no trânsito. Há espaço para todos. Eu escolho a bicicleta, o vento na cara, os cheiros que só sente quem respira fundo, o suor, o calor e a vida.

marcha da maconha 2010


Quinta-feira, dia 27 de maio de 2010. Três horas da tarde. Quem não estiver trabalhando e for simpatizante às idéias correntes de revisão da legislação brasileira a respeito do uso da erva cannabis, siga rumo à reformada Catedral, de onde partirá a Marcha da Maconha - Brasília de 2010.

Brasília é a antepenúltima cidade a realizar a marcha. No dia 29 ela acontece ainda em Salvador, e no dia 30 em Natal. A primeira das marchas desse ano foi no Rio de Janeiro, no mesmo dia do Trabalhador, e em Recife no dia 2. A Marcha já aconteceu ainda em Belo Horizonte, Porto Alegre e Vitória (8), Curitiba e Fortaleza (16), e Florianópolis e São Paulo (23).

O horário vespertino e o calendário marcado no meio da semana talvez acabe por limitar a participação de maconheiros ou simpatizantes que possuam carteira assinada ou coisa que o valha. Alunos das universidades podem ter que escolher entre cabular a Marcha ou a Aula (aí vai de cada um). Donas-de-casa, babás sem nenês e pessoas sem atividade remunerada regular parecem não se incomodar com o horário escolhido pela organização da Marcha Federal. Já um amigo meu, maconheiro convicto (nato acho que é demais), com razão indignou-se com o esquecimento dos trabalhadores, e sugeriu, em suas indagações, que houvesse uma Marcha da Maconha em um domingo, no Eixão (do Lazer?! Aê!).

Lembrando que uma parte dos bicicletistas da cidade, dentre os quais eu me incluo, pretendem participar da marcha pedalando. Skatistas, patinadores, maratonistas e até alguns marchands têm dados sinais de que vão marchar também, cada um à sua maneira própria.

Sigamos!

Marcha da Maconha - Brasília
27 de maio (quinta-feira)
Catedral de Brasília
15h