30 de junho de 2009

abstrato


pensament°

Jules Olitski
Draky, 1966
120 x 92 inches
Acrylic on canvas



sºnh

Jules Olitski
Comprehensive Dream, 1965
112 1/2 x 92 1/2 inches
Acrylic on canvas

"Breathe"


NÃO

°breathe°bridget riley°1966

25 de junho de 2009

"Boca no Lixo" disponível na Internet

Depois de muitos festivais e mostras percorridos, inúmeros pedidos por parte dos aficcionados por cinema, autoridades políticas nacionais e internacionais, reis e rainhas, cineclubistas, amigos e familiares... Finalmente o documentário "BOCA NO LIXO", dirigido por Lígia Benevides e Marcela Borela, com Fotografia de Raimundo Alves, músicas de Rogério Pafa & Zup (Control.Z) e produzido em parceria com a Idéia Produções (GO), está disponível para ser assistido na internet!

O filme conquistou 03 prêmios durante sua carreira em festivais e mostras de cinema: Melhor Curta Goiano no 3º Festival de Cinema Brasileiro de Goiânia (2007); Melhor Documentário (Júri Popular) na 4ª Mostra Mosca - Mostra Audiovisual de Cambuquira/MG (2008); e Menção Honrosa na 8ª Mostra de Cinema de Taguatinga/DF (2007), por sua "graça e leveza na abordagem do tema".


O documentário foi exibido em diversos outros festivais, como III Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual (2008); 8ª Goiânia Mostra Curtas (2008); CineFest Ambiental – Pacoti/CE (2008); FestCine Amazônia (2007); VII Mostra Petrobrás de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros/GO (2007); V Mostra Associação Brasileira de Documentaristas (ABD/GO) – Programação oficial do IX FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental) - 2007; 3ª Mostra CineTrabalho da Faculdade de Filosofia e Ciências (UNESP), Marília (SP), em 2008; 2ª Mostra Urbana (Goiânia-GO) – Junho de 2008.



Assista o filme clicando no link: http://www.vimeo.com/5300604


Boca no Lixo - Doc. 20 min. Cor. 2007. GO.
Um recorte sobre a questão do lixo na visão daqueles que trabalham diretamente com este subproduto da humanidade. Varredores de rua e coletores de lixo domiciliar abrem suas bocas para falar sobre o trabalho de limpeza urbana que executam e sobre a problemática do lixo, na qual estão diretamente inseridos.

Ficha Técnica

Realização - Idéia Produção e Nóis Produções
Direção e Roteiro - Lígia Benevides e Marcela Borela
Coordenação de Produção - Marcos Tomazett
Produção - Marcela Borela
Coordenação de Pós-Produção e Divulgação – Lígia Benevides
Edição de Vídeo e Áudio/Finalização - Leandro Lima "Pezão"
Direção de Fotografia - Raimundo Alves
Direção de Arte - Vinícius Lousa
Câmeras - Raimundo Alves, André Luiz Neves e André Luiz Fernandes
Música - Control.Z (Rogério Pafa + Zup)
Fotos Still- Vinícius Lousa

23 de junho de 2009

Lovestain



You left a lovestain on my heart
And you left a bloodstain on the ground
But blood comes off easily


[josé.gonzález]

Shells




Please don't let what was get in the way of what's next

Don't forget


That what's to come hasn't come yet


[devendra.banhart]

22 de junho de 2009

uma analogia para um amigo






II

E só me veja


No não merecimento das conquistas.
De pé. Nas plataformas, nas escadas
Ou através de umas janelas baças:
Uma mulher no trem: perfil desabitado de carícias.
E só me veja no não merecimento e interdita:
Papéis, valises, tomos, sobretudos

Eu-alguém travestida de luto. (E um olhar
de púrpura e desgosto, vendo através de mim
navios e dorsos).

Dorsos de luz de águas mais profundas. Peixes.
Mas sobre mim, intensas, ilhargas juvenis
Machucadas de gozo.

E que jamais perceba o rocio da chama:
Este molhado fulgor sobre o meu rosto.


[em 'Cantares do Sem Nome e de Partidas - hilda.hilst]

CANTARES DO SEM-NOME E DE PARTIDAS


I

Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.

[H.H.]


Hilda Hilst


O escritor e seus múltiplos vem vos dizer adeus.
Tentou na palavra o extremo-tudo
E esboçou-se santo, prostituto e corifeu. A infância
Foi velada: obscura na teia da poesia e da loucura.
A juventude apenas uma lauda de lascívia, de frêmito
Tempo-Nada na página.
Depois, transgressor metalescente de percursos
Colou-se à compaixão, abismos e à sua própria sombra.
Poupem-no o desperdício de explicar o ato de brincar.
A dádiva de antes (a obra) excedeu-se no luxo.
O Caderno Rosa é apenas resíduo de um "Potlatch".
E hoje, repetindo Bataille:
"Sinto-me livre para fracassar".

Hilda Hilst

12 de junho de 2009

Happy Valentine's Day


"Faith has been broken, tears must be cried
Lets do some living after we die"


"Lágrima no escuro"


"Hoje eu quero sair só"


"A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes

São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda"

"Oh no, not you again
I can´t stand the pain
I was burned the first time, yeah
I can´t deal it again"



"Lonelily"


"Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino
Viver é uma arte, é um ofício
Só que precisa cuidado

Prá perceber que olhar só prá dentro é o maior desperdício
O teu amor pode estar do seu lado
O amor é o calor que aquece a alma
O amor tem sabor prá quem bebe a sua água"






Se por acaso me vires por aí
Disfarça, finge não ver
Diz que não pode ser, diz que morri
Num acidente qualquer

Conta o quanto quiseste fazer
Exalta a tua versão
Depois suspira e diz que esquecer
É a tua profissão
E ouve-se ao fundo uma linda canção
De paz e amor

Se por acaso me vires por aí
Vamos tomar um café
Diz qualquer coisa, telefona, enfim
Eu ainda moro na Sé
Encaixotei uns papeis e não sei
Se hei-de deitar tudo fora

Tenho uma série de cartas para ti
Todas de uma tal de Dora
E ouvem-se ao fundo canções tão banais
De paz e amor

Se eu por acaso te vir por aí
Passo sem sequer te ver
Naturalmente que já te esqueci
E tenho mais que fazer
Quero que saibas que cago no amor
Acho que fui sempre assim
Espero que encontres tudo o que quiseres
E vás para longe de mim
E ouve-se ao fundo uma velha canção
De paz e amor

Na sexta-feira acho que te vi
À frente da Brasileira
Era na certa o teu fato azul
E a pasta em tons de madeira
O Tó talvez queira te conhecer
Nunca falei mal de ti
A vida passa e era bom saber
Que estás em forma e feliz
E ouve-se ao fundo uma triste canção
De paz e amor

6 de junho de 2009

JP Simões - 1970



Conheci o trabalho do JP Simões através de uma banda na qual ele era o vocalista e compositor, a Belle Chase Hotel. Quando perdi meu laptop, perdi também os discos que tinha dessa banda, e nunca mais consegui baixar. Esses dias, numa festa na casa de um amigo, vi em seu iPod esse álbum do JP Simões, intitulado 1970. Foi um redemoinho de lembranças, boas e ruins, que as músicas me trouxeram ao ouvi-las novamente depois de tanto tempo. Assim que puder, vou pintar na casa desse amigo e resgatar algumas das coisas que passei pra ele. Compartilhar é sempre bom, não é mesmo? Viva o back up compartilhado!

E por falar em compartilhar, encontrei esse link no blog http://caixinhademusicas.blogspot.com. É bem legal, vale a pena fuçar por lá.

Acho esse disco a 8ª maravilha do mundo. Minhas preferidas são: "Fábula Bêbada", "O Vestido Vermelho", "Inquietação" e "Lili e o Americano".

E, se alguém encontrar os discos do Belle Chase Hotel, por favor, me avisem!!
=D

4 de junho de 2009

Link para vídeos interessantes - clique aqui

O da Disney foi o que de longe mais me impressionou!

movimento

Sobre a importância do som no cinema;
Sobre o que eu penso disso tudo;
Sobre belas coincidências;

Parte 1: O curta-metragem
C'était un rendez-vous
, de Claude Lelouch (1976)*



"Leia a história abaixo, deixe de lado a crítica moral e aproveite este extraordinário filme. Em agosto de 1978, o cineasta francês Claude Lelouch montou uma camera giroscopicamente estabilizada na frente de uma Ferrari 275 GTB e convidou um amigo, piloto profissional de Formula 1, para fazer um trajeto no coração de Paris à maior velocidade que ele pudesse. A hora seria logo que o dia clareasse, o filme só dava para 10 minutos e o trajeto era de Porte Dauphine, através do Louvre até a basílica de Sacre Coeur.
Lelouch não conseguiu permissão para interditar nenhuma rua no trajeto.
O piloto completou o circuito em 9 minutos, chegando a 324 km por hora em certos momentos. O filme mostra ele furando sinais vermelhos, quase atropelando pedestres e entrando em ruas de mão unica na contra-mão.
Quando mostrou o filme em publico pela primeira vez, Lelouch foi preso. Ele nunca revelou o nome do piloto e o filme foi proibido, passando a circular só no underground. Se você não viu ainda o clássico, prenda a respiração e clique no link abaixo. Se você já viu, veja de novo, vale a pena.
Ligue o som e curta".


*O vídeo original foi retirado do ar, e não consegui encontrar a versão original completa gratuita. Esse link leva a um trecho de 2:06 do filme original. O filme foi restaurado em alta definição e está à venda por 14.99 pounds no site da Spirit Level Films. (Fev/2013)
Parte 2: O videoclip

Open Your Eyes - Snow Patrol
All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old

The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
´Cause I need you to look into mine

Tell me that you'll open your eyes [x4]

Get up, get out, get away from these liars
´Cause they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time

Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
´Cause I need you to look into mine

Tell me that you'll open your eyes [x8]

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you



Parte 3: Comentário

Você diria que é o mesmo filme, ou que possuem o mesmo significado? A distinção no plano sonoro transforma todo o sentido do objeto fílmico e da sua narrativa.

Daria um bom parágrafo a feitura do filme quanto ao plano visual, como a câmera foi colocada no carro e de que forma ficou presa.

Sobre o plano sonoro captado, me pergunto sobre a posição do microfone para captar o barulho do motor da forma mais intensa possível. Uma curiosidade interessante é que o barulho de motor não é o do carro que vemos correr, segundo uma pesquisa feita pelo amigo Januário.
O barulho que ouvimos é de uma Ferrari que pertence, inclusive, ao diretor. O carro em movimento é uma Mercedes. 

Aqui dá pra ver os dois vídeos juntos.


Parte 4: Entrevista com Lelouch



Uau!!

3 de junho de 2009

[do prazer e da dor]

Jenni Tapanila
SENTIR PRAZER. A FOLHA BRANCA DO COMPUTADOR, NA VERDADE, NÃO EXISTE. ASSIM TAMBÉM NÃO EXISTEM OS MEUS PENSAMENTOS. A QUAL PROCESSO DE ENLOUQUECIMENTO DEVO RECORRER PARA RESGATAR AS MEMÓRIAS ESQUECIDAS? MEUS PARÂMETROS DE PERTURBAÇÃO MENTAL JÁ NÃO ENGLOBAM TODA MINHA LOUCURA, APENAS PERMEIAM VARIADAS ESSÊNCIAS E CONJUNTURAS. QUANDO SE TRATA DE MIM, GERALMENTE ME PERCO. QUAL É O SENTIDO DE ACACHAPAR-ME, EMBEBIDA EM ÁLCOOL COMO UM FETO, SE NÃO DISTINGO MAIS, DENTRE AS FILOSOFIAS, AQUELA QUE ME CORRESPONDE NO LIMITE LONGITUDINAL DA TERRA?

O QUE ME ALIVIA É SABER QUE SEMPRE, SEMPRE, EXISTIRÁ O TEATRO DA MAIS OBSCENA ESPONTANEIDADE. É NELA QUE A VERDADE CONFIA SUA ESTADA.

TROPEÇO PELO CAMINHO ÀS AVESSAS. ME ENCAMINHO PELAS PARREIRAS, CHUPO AS UVAS. ENTONTEÇO-ME DE LUXÚRIA MASTURBATÓRIA. AGORA É MINHA PRÓPRIA CABEÇA QUE GIRA, ENQUANTO MEU PEDESTAL SE DEPENDURA LIGEIRO SOBRE MEUS OMBROS MAGROS E REDONDOS. CARNE DE PESCOÇO PARA AQUELES QUE APRECIAM O BEM-COMER.

SENTIR DOR. UM PEDAÇO INACABADO DE UMA ALEGRIA MAL CONDUZIDA. DA EUFORIA PARA A DECEPÇÃO É PEQUENO O ESPAÇO. QUANDO ME DOU CONTA DO TRATO QUE RECEBO, ME VEM À CABEÇA O TRATO QUE DEVO. SE A VIDA ME PERMITE, VOU AFINAR AS CORDAS DO MEU PENSAMENTO E SUBMERGIR EM ALGUM OCEANO QUE ME AFOGUE.


Lígia B.B.



TatuOAdor

Jenni Tapanila

Pobre poeta da gota
Tateia a rota pelo atalho
Qualquer coisa
Um pedaço de um achado
Adubo das idéias
Vaso para plantar a muda
Calada, pálida
e rouca muda
Que nasce e renasce através
do império da morte
se é preciso ver: óleo
se é preciso ouvir: mel
se, antes, é preciso falar: calabouço
se, depois, toco: couro
claro
que sinto a dor
meu olho é tato: dói
minha boca é tato: de lambuja
lambreco a rua
com a baba dessa língua furada.
É chuva.
Sinto o giz seco na mão
A pele é dor
derme e tatuagem
Rugas de amor não saem nunca
Rusgas de personagens
Apreciam a falta de tato
Calabouço da linguagem
Presa fácil pro desgosto
Quando toco sinto torto
Sinto tosco
Sintootodo
Sinto tanto
Sinto muito
E eu
Caio esbarro sangro morro
Aperto choque bambo escorro
Corto dedos pele choro
Quente frio mole morno
Afio pêlo tesouras moldes
Cachos lisos duros moles
Desafio à parte
Conduzindo as sensações até o portão ao lado
Traduzindo o código do meta ao tátil
Celebrando escamas pêlos poros
De novo
Se eu tiver que cantar, eu oro
Pra olhar, eu óleo
Pra dormir, me enforco
Fico roxo azul e verde
E morro.
A vida é ardida.

Lígia BB

À noite é sempre mais difícil

Quando chega a noite eu sempre páro pra refletir sobre o dia, sobre o que eu fiz ou o que eu deixei de fazer. Também penso no dia de amanhã, nas próximas realizações. Confiro a agenda, rabisco alguma coisas. Então, depois que tudo acaba, eu me lembro. À noite é sempre mais difícil. Todos se calam, a música cessa, os pássaros não cantam mais nenhuma beleza. As cigarras e os grilos sussurram apenas para nos lembrar que a noite é feita de silêncio e breu. O escuro e o silêncio. Uma certa solidão adentra junto com a brisa da noite, com cheiro de frio e de passado. Então, eu me lembro de tudo o que gostaria tanto de esquecer. Me torno uma idealista: esqueço tudo de ruim que houve, começo a imaginar um passado que não existiu, com pessoas que não são reais. São ideais, como minha lembrança. Uma mancha que não vai sair. Eu sempre vou lembrar disso. Mas eu antes estava bem, estava feliz e tranquila. Agora, não. À noite é a mais difícil das horas. É a hora em que leio poesia ou filosofia, então eu repenso tudo. Tento, agora que percebi, não idealizar este passado morto. Mas penso milhares de formas de não sofrer sozinha. Mas que indiferença que faz? O ridículo de não entender, de ser quem você é e saber que não existe mudança, existe transformação, existe alquimia, existe a necessidade de fazer diferente. Eu ouço tudo aquilo que vai esvaziar esse sopro de angústia que está dentro de mim. Falta pouco. Falta muito pouco.

Esta imagem é uma fotografia de Janni Tapanila (http://suzi9mm.com/index.php), intitulada Cut-II (sem data), que conheci devido aos estudos sobre arte corporal da minha querida amiga Badan.